Excursão nas vizinhanças de Monte Alegre
28 de janeiro. - Ontem, o nosso excelente hospedeiro organizou um passeio campestre para me ser pessoalmente agradável. Era desejo seu que eu visse alguma coisa dos atrativos de Monte Alegre. Dois ou três vizinhos reuniram-se a nós, mais algumas crianças, um bando alegre de gente miúda para quem tudo o que sai dos hábitos regulares de cada dia é festa. Partimos a pé para uma bonita aldeia indígena chamada Surubiju. Devíamos almoçar aí, e depois do almoço a volta se faria num desses pesados carros puxados por bois, única condução possível para mulheres e crianças, numa terra em que estradas de rodagem e sela para senhoras são coisas igualmente desconhecidas. O passeio foi encantador, ora no meio da mata, ora através dos campos, e, como era muito cedo, não tivemos que implorar por sombra quando as árvores faltavam. Íamos remanchando pela beira dos caminhos, as crianças parando para apanhar frutos selvagens, muito abundantes, ou para me ajudar a herborizar; já eram quase nove horas quando alcançamos a primeira palhoça. Paramos nela um pouco para descansar; faz muito tempo que não constitui mais novidade para mim uma habitação de índios, mas, assim mesmo, sinto sempre prazer em visitá-las. Fomos cordial-mente acolhidos nesta a que me refiro: a melhor rede no canto menos quente, e a cuia d’água fresca foram num instante preparadas para nós. Em geral, as palhoças dos índios são mais bem tratadas do que as casas dos brancos e possuem um certo atrativo pitoresco que conserva sempre a mesma sedução.
Depois de um ligeiro descanso, retomamos o nosso passeio pela aldeia. Os sítios são dispersos, separados por grandes distâncias e tão completamente cercados de árvores que parecem absolutamente isolados no seio da floresta. Dizem que os índios são preguiçosos! São positivamente