estendendo-se sobre a parte setentrional e sobre toda a parte meridional do globo, chegou necessariamente, à formação final de calotas de gelo, uma ao norte, outra ao sul, movendo-se em direção ao equador.
Já me referi à Tijuca e à Estrada de Ferro D. Pedro II como pontos favoráveis ao estudo do drift particular do Sul; mas esse drift é encontrado em toda parte. Uma camada desse depósito, formada da mesma pasta homogênea não estratificada e encerrando materiais de transporte de todos os tamanhos e de toda sorte, cobre o país todo. Sua espessura é muito desigual. Ora é recortada em relevo como se se tivessem dado desnudações em torno dela e então eleva-se em colinas; ora se reduz a uma camada delgada; ora, final-mente, nas encostas escarpadas, por exemplo, foi completamente retirada deixando a nu a superfície da rocha. Há, todavia, escarpas muito abruptas onde continuou relativamente intacta; pode-se verificar isso no Corcovado, ao longo da pequena estrada que galga a montanha. Deparam-se-nos aí alguns belos bancos de drift que saltam logo aos olhos pelo contraste de sua cor vermelho sombrio com a da vegetação em redor. Observei eu próprio esse terreno desde o Rio de Janeiro até aos píncaros da Serra do Mar, e vi, da vertente oposta da pequena Cidade de Petrópolis, o Rio Piabanha correr entre duas margens de drift, no leito que cavou no seio desse depósito. Daí continuei a segui-lo ao longo da bela estrada macadamizada que vai até Juiz de Fora, na província de Minas Gerais, e, além dessa cidade, até a Serra da Babilônia. Ao longo de todo esse percurso, pode-se ver nas margens da estrada o drift em contato imediato com a rocha cristalina local.
Fertilidade do drift
A fertilidade do solo é, aliás, o indício de sua presença. Em todos os lugares em que cobre a superfície até grande profundidade, encontram-se os cafezais mais florescentes,