Viagem ao Brasil, 1865-1866

e não duvido que uma observação sistemática desse fato venha exercer uma influência benéfica sobre os interesses agrícolas do país. Essa fertilidade resulta evidentemente da grande variedade de elementos químicos contidos nesse terreno e da espécie de amassamento que lhe produziu a imensa charrua dos gelos. Foi essa trituração que em todos os países fez do drift um terreno tão fértil. Depois de meu regresso do Amazonas, confirmou-se-me a ideia que fizera da distribuição geral desses fenômenos, pelos relatórios de alguns de meus auxiliares que percorreram outra partes do território do Império.



Observações geológicas dos Srs. Hartt e Copeland

O Sr. Frederic C. Hartt, acompanhado pelo Sr. Copeland, um dos voluntários da nossa expedição, fez coleções e observações geológicas na província do Espírito Santo, no Vale do Rio Doce e no do Mucuri. Relata ter encontrado sempre a mesma camada de argila avermelhada, não estratificada, misturada com seixos e às vezes com blocos, superposta à rocha local. O Sr. Orestes Saint-John que, penetrando no interior, atravessou com o mesmo objetivo os vales do Rio das Velhas, do São Francisco e do Piauí, refere os mesmos fatos, embora sem encontrar blocos erráticos nessas regiões mais setentrionais. A raridade de blocos erráticos não só nos depósitos do próprio Amazonas como nos de toda a região que pode ser considerada como constituindo o vale amazônico, se explica, como adiante se verá, pelo modo de formação desse terreno. As observações dos Srs. Hartt e Saint-John têm grande valor. Efetivamente, desde a nossa chegada ao Rio, ocuparam-se ambos, por indicação minha, em levantar os diversos perfis geológicos da grande via férrea D. Pedro II. Ficaram assim perfeitamente familiarizados com a formação em apreço antes de partirem para as suas respectivas expedições. Recentemente,