o Sr. Saint-John e eu nos reunimos no Pará, voltando de nossas explorações individuais, e pude comparar no próprio local os perfis geológicos que ele fez do Vale do Piauí com os depósitos amazônicos. Não resta a menor dúvida quanto à absoluta identidade das duas formações nos diferentes vales.
Depois de haver organizado a tarefa dos meus auxiliares e enviado aqueles que deveriam fazer coleções e obser-vações geológicas segundo um outro itinerário, pus-me a caminho com o resto dos nossos companheiros, e percorri a costa até a Cidade do Pará. Surpreendeu-me encontrar em cada etapa da viagem os mesmos fenômenos geológicos que encontrara no Rio de Janeiro. O meu amigo major Coutinho, que já viajara na Amazônia e conhece bem essa região, me assegurara, desde logo, que essa formação se continuava por todo o Vale do Amazonas. Disse-me que a havia observado ao longo de todos os afluentes do grande rio tanto quanto os pudera explorar; entretanto, não acreditava poder referi-la a um período tão recente. E aqui apresse-me em declarar que os fatos que estabeleço neste momento não são resultado exclusivo das minhas próprias investigações. Devo-lhes em grande parte o conhecimento ao major Coutinho, do corpo de engenheiros do exército brasileiro, que a generosidade do Imperador associou à minha expedição. Posso declarar que ele foi o gênio bom da minha viagem. O seu conhecimento prévio do terreno poupou-me perdas de tempo o de recursos raramente poupados por um viajante em país desconhecido cuja língua e cujos usos só conhece imperfeitamente. Trabalhamos juntos nessas pesquisas, e eu só tinha sobre ele a vantagem de uma familiaridade maior com os fenômenos análogos de que a Europa e a América do Norte foram cenário. Estava por isso mais em condições de manejar praticamente os fatos e perceber-lhes o encadeamento.