é o que se refere ao período cretáceo. E parece certo que, nos fins da idade secundária, toda a bacia do Amazonas se revestiu de um depósito cretáceo, cujas porções marginais despontam em várias localidades ao longo do vale. Observou-se esse depósito acompanhando os limites marginais da bacia, nos seus confins ocidentais beirando os Andes, na cadeia costeira da Venezuela, e também algumas localidades vizinhas desses limites orientais.
Peixes fósseis do cretáceo
Lembro-me bem que uma das primeiras coisas que atraíram a minha atenção no Vale do Amazonas foram alguns peixes fósseis do cretáceo provenientes da província do Ceará. Esses peixes fósseis foram colhidos pelo Sr. George Gardner, (167)Nota do Tradutor a quem deve a ciência as mais amplas informações que jamais se obtiveram sobre a geologia desse trecho do Brasil. E a esse propósito, devo observar que falarei das províncias do Ceará, Piauí e Maranhão, como fazendo parte do vale amazônico, não obstante as suas costas serem banhadas pelo oceano e seus rios desaguarem diretamente no Atlântico.
Antiga configuração do litoral da América do Sul
Considero efetivamente como certo que, numa época anterior, o litoral nordeste do Brasil se estendia em direção ao mar muito mais do que atualmente, o bastante para que então os rios dessas províncias fossem tributários do Amazonas, na sua banda oriental. Essas conclusões se apóiam solidamente sobre o fato da identidade dos depósitos nos vales dessas províncias e dos que enchem a bacia dos afluentes do Amazonas: Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira, etc.