Viagem ao Brasil, 1865-1866

não somente de cada continente em seu conjunto, como dos diferentes países que o constituem. Tanto num como noutro, porém, as montanhas mais altas, — na América do Norte, as Montanhas Rochosas e a cadeia litorânea ocidental com seu largo planalto intermediário; na América do Sul, a Cordilheira dos Andes e seus planaltos menos extensos, — correm ao longo de toda a costa oeste. Um e outro têm a leste um enorme promontório: Terra Nova ao norte, Cabo de São Roque ao sul, e, embora a semelhança seja menos evidente entre as elevações do interior, a Cadeia Canadense, as Montanhas Brancas e os Aleganis bem podem ser comparados aos planaltos da Guiana, do Brasil e à Serra do Mar. Correlação semelhante pode ser também reconhecida em relação aos sistemas fluviais. O Amazonas e o São Lourenço, apesar de tão diferentes quanto às dimensões, lembram um o outro por sua direção e posição geográfica; e, enquanto o primeiro é alimentado pelo mais vasto sistema fluvial que existe no mundo, o segundo serve de escoamento a lagos que formam a mais imensa extensão que se conhece de massas d’água doce em contiguidade imediata. O Orinoco e sua baía são análogos à Baía de Hudson e seus numerosos tributários, e o Rio Magdalena pode ser considerado como o Rio Mackenzie da América Meridional. Geograficamente, o Rio da Prata é o representante do Mississipi e o Rio Paraguai a repetição do Missouri. Pode-se comparar o Paraná ao Ohio; o Pilcomaio, o Vermelho e o Salado ao Rio Platte, ao Arkansas e ao Red River dos Estados Unidos. Mais ao sul, os rios que desembocam no Golfo do México representam os rios da Patagônia e das partes meridionais da República Argentina. E não só entre as elevações montanhosas e os sistemas fluviais existe essa correspondência que acabamos de assinalar, mas assim como as grandes bacias da América do Norte — as de São Lourenço, do Mississipi e do Mackenzie — se tocam nas baixas regiões que beiram as Montanhas Rochosas, da mesma forma as