segue-se com os olhos, por milhas e milhas, de ambas as margens, o rio imenso que lhe corre pelo meio, carregando para o mar as suas águas amarelentas.
Comparação com a paisagem da Suíça
Contemplando esse espetáculo, vinham-me à memória os panoramas da Suíça. Vi-me no mais alto cimo dos Alpes, com os olhos postos na planície helvética e não mais na planície amazônica. A cadeia longínqua das colinas de San-tarém contribuía mais ainda para a ilusão, dando-me a im-pressão da cadeia do Jura, e, como que para completar a semelhança, descobri aos meus pés líquens alpinos, vegetan-do entre cactos e palmeiras; uma crosta de criptógamos recobrindo rochas em que cresciam flores tropicais!
Blocos de Ererê
Na vertente norte da serra, encontrei os únicos blocos verdadeiramente erráticos que vi em toda a extensão do vale amazônico, de Pará a Tabatinga. Não é que faltem as massas de rochas isoladas; são vistas, por exemplo, em Pedreira, próximo à junção dos rios Negro e Branco, e poderiam nos enganar; mas semelhantes blocos provêm da decomposição das rochas in locu. Os de Ererê são completamente distintos da rocha que constitui a serra e formadas de massas de hornblenda compacta.
Espessura antiga dos depósitos amazônicos
Parece, todavia, que essas duas pequenas serras que bordam parte das duas margens do Baixo Amazonas, não são os únicos monumentos que ficaram da altura outrora atin-gida pela formação arenácea. Nas margens do Rio Japurá, na Serra de Cupati, o major Coutinho observou as mesmas