se curvam em seu redor e se reúnem em seguida num canal único. Nesse canal, o rio continuava o seu curso em direção do mar e atingia este muito mais a leste do que atualmente. A situação da Ilha de Marajó devia então corresponder aproximadamente à da Ilha de Tupinambaranas, situada na confluência do Madeira.
O Tocantins e o Amazonas
É um problema para os geógrafos saber se o Tocantins é um ramo do Amazonas ou se deve ser considerado como um rio independente. Se não me engano, o Tocantins devia outrora se achar em relação ao grande rio nas mesmas condições em que se encontra presentemente o Madeira. Ele se reunia ao Amazonas justamente no ponto em que a Ilha de Marajó dividia o curso principal, como o Madeira se lhe reúne em nossos dias no extremo da ilha de Tupinambaranas. Se, no decorrer dos séculos a vir, o oceano continuar a sua obra de erosão sobre o Amazonas, como para transformar de novo a parte inferior da bacia num grande golfo análogo ao do período cretáceo, um dia virá em que os geógrafos, contemplando o Madeira se lançar quase diretamente no mar, cogitarão se ele foi algum dia um afluente do Amazonas; absolutamente como hoje nós nos perguntamos se o Tocantins é um tributário ou um rio propriamente dito.
Igarapé Grande
Voltemos, porém a Marajó e aos fatos positivos. A ilha é cortada na sua extremidade sudeste por um curso d’água bastante volumoso chamado "Igarapé Grande". Dir-se-ia, realmente, que a fenda aberta no solo por esse curso d’água foi feita para nos dar um corte geológico, tanto evidencia as três formações características do Amazonas. Na foz desse Igarapé Grande, próximo à Vila de Soure, e na margem