oposta à Salvaterra, pode-se observar: embaixo, o arenito bem estratificado sobre que se apóia a argila finamente laminada coberta por sua crosta vidrada; acima dela, o arenito fortemente ferruginoso de estratificação torrencial, com seixos de quartzos em diferentes pontos; finalmente, por sobre tudo isso, a argila arenosa ocrácea, sem estratificação, distendida sobre a superfície ondulada do grés desnudado, acompanhando as desigualdades de seu suporte e enchendo-lhe todas as depressões e sulcos. Mas, cavando assim o seu leito nessas formações a uma profundidade de 25 braças (46 metros), como me certifiquei, o Igarapé Grande abriu, simultaneamente, caminho para as invasões da maré, e o oceano por sua vez avança hoje pela terra adentro. Não houvesse outras provas da ação das marés nessa região, o corte abrupto do leito do Igarapé Grande contrastando com o declive suave de suas margens na foz, em todos os pontos em que foram modificadas pela invasão do oceano, já nos permitiria verificar a obra do rio e do mar e bastaria para provar que a desnudação em via de execução resulta do trabalho de um sobre o outro. Além disso, porém, tive oportunidade de descobrir, durante a minha recente excursão, uma prova que se não pode deixar de reconhecer, que evidencia perfeitamente a invasão do mar.
Soure
Em Soure, na foz do Igarapé Grande, como em Salvaterra na margem meridional, se encontra uma floresta submersa que, evidentemente, crescia sobre um desses terrenos pantanosos onde a inundação é constante, pois dentre as raízes e os fragmentos de