troncos se acumulou a turfa, aluvial e aspecto filtrado, tão rica em matéria vegetal como em lodo, que caracteriza tal espécie de terreno. Essa floresta pantanosa, com fragmentos de troncos ainda de pé no seio da turfa, foi destruída de ambos os lados do Igarapé pelas investidas do oceano. Que isso seja obra do mar, é impossível de negar, pois as pequenas depressões e chanfraduras da turfa estão cheias de areia do mar, e uma orla de areia deixada pelas marés separa a floresta destruída da que vegeta ainda por trás dela.
Vigia
E não é tudo. Em Vigia, em frente a Soure, no extremo continental do rio Pará, no ponto exato em que este se une ao mar, temos o pandan daquela floresta submersa. Outra turfeira com tocos de árvores sem conta, invadida da mesma forma pela areia do mar, ainda lá se pode ver. Não é de duvidar que ambas as florestas formassem outrora uma só, cobrindo então toda a bacia do que hoje se denomina Rio Pará.
Depois que venho prosseguindo nas minhas investigações, já colhi numerosos informes sobre efeitos da mesma natureza junto a pessoas residentes nessas costas. Há quem se recorde de, 20 anos atrás, existir uma ilha de mais de uma milha (1609 metros) de largura, ao norte da entrada da Baía de Vigia; ela desapareceu totalmente.
Baía de Bragança
Mais para leste, a Baía de Bragança dobrou de largura no mesmo lapso de tempo, e, na costa, no interior dessa bacia, o mar conquistou sobre a terra cerca de 200 metros em menos de dez anos. Este último fato é demonstrado pela situação relativa de algumas casas que antigamente se achavam afastadas de 200 metros da margem. De tais fatos e de minhas próprias observações sobre essa porção da costa brasileira, de algumas observações feitas pelo major Coutinho na embocadura do Amazonas, e na margem setentrional perto de Macapá, e, finalmente, do relatório do Sr.