das demais partes do mundo. Ao passo que a época glaciária foi muito estudada durante a primeira metade deste século, pouca atenção se deu aos resultados da cessação do inverno cósmico e do desaparecimento final dos gelos. Creio que parte notável dos depósitos superficiais atribuídos à ação do oceano durante a submersão temporária dos continentes teve por ponto de partida a fusão dos mares de gelo. A essa época é que eu refiro todos os depósitos por mim designados pela denominação de drift modificado. Na época em que a imensa geleira, estendendo-se desde as regiões árticas até bem dentro da América do Norte e descendo para o oceano, se pôs a fundir lentamente, as águas não se distribuíam sobre a superfície deste continente como agora. Re-pousavam sobre um fundo de depósitos glaciários, sobre uma pasta glaciária — argila, areia, seixos, blocos — que o gelo havia recoberto. Necessariamente, esses depósitos do fundo não apresentavam uma superfície unida; tinham ondulações muito extensas e depressões. Após as águas se haverem escoado de todos os pontos de maior altitude, tais depressões ficaram cheias. Nos lagos e lençóis d’água assim formados, devem se ter acumulado depósitos, o mais das vezes estratificados, constituídos por partículas reduzidíssimas de argila precipitadas em delgadas camadas folheadas, ou então, outras vezes, em massas consideráveis sem nenhum traço de estratificação. O estado das águas podia bem determinar diferenças dessa natureza, conforme fossem perfeitamente estagnadas ou mais ou menos agitadas. Existem, no Norte dos Estados Unidos, muitos exemplos de depósitos lacustres semelhantes cobrindo o drift. O esgotamento de alguns desses lagos ou o transvazamento dos de um nível superior em outros de nível menos elevado, produziram pouco a pouco canais que puseram essas espécies de cuba em comunicação. Assim foi que começou o sistema de rios independentes dos Estados Unidos. Procurando sempre as águas o seu nível mais baixo, alargaram, cavaram os canais em que