enfraquecer o vigor do organismo, e, talvez, predispor mesmo a certas enfermidades. Mas, durante uma estadia de oito meses, nenhum de nossos numerosos companheiros de viagem sofreu de indisposição grave atribuível ao clima, e não testemunhamos em nossas peregrinações tantos casos como infalivelmente se verificam quando se navega nos nossos grandes rios do Oeste. O percurso do Amazonas propriamente dito tornou-se atualmente coisa fácil para quem se resigne a suportar o calor e os mosquitos, a fim de desfrutar o espetáculo do maior rio do mundo e da esplendida vegetação tropical que cresce em suas margens. Para tanto, a melhor época é a que vai dos fins de junho a meados de novembro. Julho, agosto, setembro e outubro, nestas paragens, são os quatro meses mais secos e saudáveis.
Má travessia
Tivemos uma rude e má travessia do Pará ao Ceará. A chuva, incessante, não nos permitiu estar no passadiço, penetrando a água nos camarotes; era necessário puxar a água e secar o chão da sala de refeições. No Maranhão, pudemos ir a terra para termos uma noite de repouso. Agassiz e o major aproveitaram o descanso para ir examinar, no dia seguinte, de manhã, a geologia da costa, mais cuidadosamente do que haviam feito na nossa primeira passagem por ali. Certificaram-se de que a sua estrutura é idêntica à do vale amazônico, com exceção apenas de terem sido as formações aí mais revolvidas e desnudadas.
Chegada à Cidade do Ceará. Dificuldade do desembarque
Chegamos ao porto do Ceará, sábado, 31 de março, às duas horas, e contávamos desembarcar imediatamente.