tem diante dos olhos claramente reconhecível. Nesta Serra de Aratanha, junto a qual paramos, os fenômenos glaciários são tão facilmente observáveis como em não importa que vale do Maine ou nas montanhas do Cumberland, na Inglaterra. Existiu evidentemente uma geleira local formada pela reunião de duas ramificações que desciam das duas depressões situadas à direita e à esquerda da parte superior da serra e se juntavam embaixo, no fundo do vale. Grande parte da morena mediana formada pela reunião dessas duas ramificações pode ser observada ainda no centro da planície. Uma das morenas laterais se acha perfeitamente conservada; a estrada que se dirige para a aldeia atravessa-a e a própria aldeia está construída no interior da morena terminal que, em face dela, se limita em forma de crescente. Dá-se o curioso fato de se encontrar uma deliciosa bacia rodeada de laranjeiras e palmeiras no centro da morena mediana, ocupada por um pequeno curso d’água, que abre passagem entre o amontoado de rochas e de blocos. Descendo ontem da serra, Agassiz, extenuado pelo calor, depois de sua caça às geleiras, parou à beira desse reservatório para tomar banho. Saboreando o frescor benéfico dessas águas, não pôde deixar de se impressionar com o contraste que apresenta a origem dessa bacia com a vegetação que a circunda; sem falar da singular coincidência pela qual ele, naturalista do século XIX, podia atenuar a prostração do calor tórrido, à sombra das palmeiras e das laranjeiras, no próprio local em que vinha procurar a prova de um frio capaz de ter envolvido de gelo todas essas montanhas.
Subida da serra
9 de abril. — Deixamos ontem, às sete horas da manhã, a pequena aldeia de Pacatuba para nos dirigirmos ao meio da serra, aproximadamente a 250 metros acima do nível do mar (800 pés), à casa do Sr. Costa.