Viagem ao Brasil, 1865-1866

de leitos é separado do vizinho por uma porta e janela, entre as quais num pequeno nicho feito na parede contém uma pequena mesa de correr que se arma quando quer, bem como um ou dois potes ou frascos contendo a bebida do doente. Até a altura de seis ou oito pés, as paredes são guarnecidas de ladrilhos de porcelana azul e branca, que evitam a umidade, tornam a limpeza mais fácil e dão à sala um aspecto asseado e fresco O assoalho, de madeira escura do país, é cuidadosamente decorado em mosaico e envernizado; não se vê a menor mancha em sua superfície polida. As camas possuem um colchão de palha bem coberto e um travesseiro grosso de crina; as cobertas e fronhas são duma brancura perfeita. Em suma, tudo nessa sala fresca, bem arejada, espaçosa, atesta a mais minuciosa ordem e o mais perfeito asseio. Os banheiros são convenientemente li-gados aos dormitórios e guarnecidos de grandes banheiras de mármore, onde se tem à vontade água quente e fria.

Das salas públicas passa-se para os amplos corredores em que se acham os quartos particulares, para uso dos estrangeiros ou pessoas que, não se podendo tratar convenientemente em casa, vem, em caso de doença, para o hospital. O preço é dos mais módicos: 7 francos e 50 por um quarto de um leito, 5 francos pelos de dois leitos, e 3 francos e 75 pelos de seis; estão incluídos no preço os honorários médicos e os medicamentos. Do departamento dos doentes com febres, passamos para o dos feridos, e é inútil dizer que reinavam em todos a mesma ordem e asseio. Finalmente, o anfiteatro das operações e os gabinetes contendo o arsenal cirúrgico reúnem todos os aperfeiçoamentos da arte moderna.

Após termos dado uma vista d’olhos sobre a cozinha, onde brilham grandes caldeirões de cobre de que se exala um cheiro convidativo, atravessamos uma área