Vejamos agora os peixes brancos; na nomenclatura científica, os ciprinóides. Esses peixes, que chamamos moleiro, bremas, cabozes, carpas, etc. pululam nas águas doces do Hemisfério Norte. São também muito numerosos na parte oriental do Hemisfério Sul ao passo que não há um só na América meridional. Da mesma forma que os Goniodontes parecem dever caracterizar a porção ocidental do Hemisfério Austral, esse outro grupo parece dever caracterizar a sua porção oriental. Mas se os Ciprinóides faltam na América do Sul, existem, nessa região, outros peixes de estrutura semelhante que se denominam Ciprinodontes. São muito pequeninos; os nossos vairões pertencem ao seu grupo; do Maine ao Texas, são encontrados ao longo de todo o litoral, nos pequenos rios e riachos. Por isso espero encontrá-los em quantidade nos cursos d’água pouco extensos do litoral brasileiro. Lembro-me ter descoberto, nas imediações de Mobile, nada menos de seis espécies novas num único passeio. São quase todos vivíparos, ou então só põem ovos quando o desenvolvimento da gema está muito adiantado. Os sexos apresentam, aparentemente, diferenças tão profundas que foram algumas vezes descritos como espécies distintas, e mesmo como gêneros à parte (24)Nota do Autorríamos em nos pôr em guarda contra semelhante erro. Eis, portanto, dois grupos, os Ciprinóides e os Ciprinodontes, com estrutura tão semelhante que a ideia duma filiação entre eles se apresenta naturalmente ao espírito. Mas na América do Sul não há um Ciprinóide, ao passo que os Ciprinodontes aí são abundantes; na Europa, na Ásia, na América do Norte, pelo contrário, os ciprinóides são muito comuns e os ciprinodontes relativamente muito raros.
Os Characínios foram em seguida rapidamente examinados no duplo ponto de vista das afinidades e da distribuição