brasileiros colhidos da ponta dos galhos e cuidadosamente escolhidos. Se os fazendeiros, à moda dos plantadores holandeses, vendessem a sua colheita com uma marca especial, os grandes negociantes estrangeiros cedo aprenderiam a distinguir-lhe a qualidade, e a agricultura brasileira muito teria a ganhar com isso. Existe, porém, entre os fazendeiros e o exportador, uma classe intermediária de negociantes, meio banqueiros, meio corretores, conhecidos pelo nome de comissários, que, misturando as diferentes colheitas, rebaixa o tipo, tira do produtor toda a responsabilidade e do produto os seus verdadeiros característicos.
Se as províncias vizinhas do Rio de Janeiro possuem o solo natural mais favorável à cultura do café, não se deve esquecer que o cafeeiro pode também ser proveitosamente plantado à sombra das florestas amazônicas, onde dá, até duas colheitas anuais, desde que receba alguns cuidados. Na Província do Ceará, onde é de qualidade superior, não o plantam nem nas planícies, nem nas terras baixas, nem à sombra das florestas, como no Vale do Amazonas, porém nas encostas dos morros e no alto das montanhas, a uma altitude que varia de 400 a 600 metros, ou mais, acima do nível do mar, nas serras de Aratanha, Baturité e Grande. Os mercados abertos a esse produto não podem deixar de aumentar e de provocar a fundação de numerosas plan-tações no Vale do Amazonas.
Algodão.
O aumento da exportação do algodão nestes últimos anos é um acontecimento da história industrial do Brasil ainda mais notável que a produção do café. Quando, no fim do século passado, o algodão começou a tomar na Inglaterra importância sempre crescente, o Brasil tornou-se naturalmente um dos grandes fornecedores