Viagem ao Brasil, 1865-1866

o mercado europeu dessa matéria prima indispensável e contribuído assim para libertá-lo do antigo monopólio dos Estados Unidos. Na verdade, foram concedidas iguais recompensas à Argélia e ao Egito, mas os plantadores brasileiros não haviam tido, como os colonos da África, o estímulo de uma larga subvenção governamental; não podiam, como o vice-rei do Egito, agarrar 80 mil homens num só distrito e enviá-los para as suas plantações; também, como o felá egípcio, não abandonaram qualquer outra espécie de cultura para se consagrar exclusivamente ao algodão. Efetivamente, todos os demais ramos da produção agrícola continuaram a prosperar simultaneamente com essa que se desenvolvia extraordinariamente.

Creio dever insistir sobre tais fatos; julgo-os pouco conhecidos e me parecem testemunhar uma energia e uma vitalidade muito superiores àquelas que comumente se costuma atribuir às forças produtivas do Brasil. Para estimular ainda esse desenvolvimento, o governo acaba de tomar a iniciativa de fundar uma Escola de Agricultura nas vizinhanças da Cidade da Bahia. Todos os aperfeiçoamentos sugeridos pelo progresso das ciências e invenções serão nela experimentados em suas aplicações à cultura dos produtos naturais dos trópicos.



Produtos florestais do Amazonas

Nunca será exagerado falar da importância da bacia amazônica no ponto de vista industrial. Suas madeiras, elas só, constituem riqueza inestimável. Em parte alguma do mundo se encontram madeiras mais admiráveis para construção e marcenaria de luxo; no entretanto, pouco se empregam para as construções locais e a sua exportação é nula. É de estranhar que não se tenha já iniciado o desenvolvimento desse ramo de produção, quando os rios que correm no seio daquelas florestas