qual se achava a barreira de montanhas que separa do litoral do Vale da Paraíba, e em vista das grandes dificuldades que se deveriam encontrar, o Presidente da Companhia, Sr. Christiano Ottoni, propôs empregar engenheiros norte-americanos, e, tanto quanto possível, garantir os serviços de homens que já houvessem construído nos Estados Unidos estradas de ferro através de montanhas. Em consequência disso, o coronel C. F. M. Garnett foi contratado como engenheiro-chefe. Chegou ao Brasil em 1856, era companhia do major A. Ellison, engenheiro ajudante. O coronel Garnett ficou apenas dois anos no país; durante esse tempo, o trecho da estrada entre Belém e o Paraíba foi traçado e iniciada a sua construção. Fizeram-se também os estudos necessários aos trechos que sobem e descem o curso desse rio, que constituem a terceira e quarta seção. Com a partida do coronel Garnett, o major Ellison passou a ser engenheiro-chefe e associou aos seus trabalhos seu irmão Sr. Won S. Ellison. Em julho de 1863, a estrada atingia Barra do Piraí, porém a Companhia se achou diante da impossibilidade de conseguir os fundos necessários à continuação dos trabalhos; o governo assumiu o encargo da construção como empresa de interesse público, e o major Ellison, resignando as suas funções, foi substituído pelo Sr. Won S. Ellison como engenheiro-chefe.
As dificuldades da execução desse último trecho da estrada foram enormes; e todos ficaram convencidos da impraticabilidade dos trabalhos. Mesmo depois de já consideravelmente adiantados, teriam sido provavelmente abandonados se não fosse a energia do Presidente da Companhia que, compartilhando a confiança dos en-genheiros, se viu quase só sustentando a empresa contra a incredulidade de seus amigos e as objeções de seus adversários. O declive abrupto dos contrafortes da serra, na maioria dos casos, não permitia que esta fosse contornada; tornou-se necessária a construção de túneis,