raças humanas observações cuidadosas, baseadas em medidas minuciosas e mil vezes repetidas, que caracterizam os recentes trabalhos dos antropologistas. Um estudo aprofundado das diferentes nações e dos indivíduos de sangue misturado, que habitam o vale amazônico, exigiria anos de exame e paciente observação. Fui forçado a contentar-me com os dados que pude colher por assim dizer à margem dos meus outros trabalhos, e de me limitar, no estudo das raças, ao que chamarei de método da história natural: isto é, a comparação de indivíduos de uma e outra categoria, tal como fazem os naturalistas que confrontam exemplares de espécies diferentes. Foi coisa relativamente fácil numa região quente, onde a parte inculta da população anda seminua e às vezes mesmo não usa a menor roupa. Numa longa estadia em Manaus, o Sr. Hunnewell tirou grande número de fotografias características de índios, negros e mestiços, nascidos quer dessas duas raças quer de uma delas e da branca. Todos esses retratos representam indivíduos escolhidos em três posições normais: de frente, de costas e de perfil. Espero um dia publicar esse retratos assim como os de negros de puro sangue tirados para mim no Rio pelos Srs. Stahl e Wahnschaffe.
O que desde logo me impressionou, vendo índios e negros reunidos, foi a diferença marcada que há nas proporções relativas das diferentes partes do corpo. Como os macacos de braços compridos, os negros são em geral esguios; têm pernas compridas e tronco relativamente curto. Os índios, ao contrário, têm as pernas e os braços curtos e o corpo longo; a sua conformação geral é mais atarracada. Prosseguindo na minha comparação, direi que o porte do negro lembra os Hilobatas esguios e irrequietos, ao passo que o índio tem algo do orango inativo, lento e pesado. Está entendido que há exceções a essa regra, que se encontram negros curtos e atarracados bem como índios altos e esbeltos; mas tão longe