Viagem ao Brasil, 1865-1866

4 — Crosta de argila arenosa, muito dura, moldada sobre as desigualdades da argila folheada.

5, 6, 7, 8 e 9 — Formação de arenito (grés), ora regularmente estratificado e compacto, sobretudo em suas camadas inferiores (5), tais como se observam nas margens dos igarapés de Manaus; ora cavernoso e entremeado de massas irregulares de argila (6), bem desenvolvido especialmente em Vila Bela e Manaus; ora apresentando todos os caracteres de uma estratificação torrencial (7, 8, 9). Os depósitos dessa natureza só se observam nas colinas elevadas de Almeirim, Ererê e Cupati, e nas barrancas mais elevadas das margens do rio, como em Tocantins, Tabatinga, São Paulo, e nas margens do Rio Negro.

10 — Drift argilo-arenoso sem estratificação,

ocupando todas as irregularidades do solo resultante da desnudação do arenito de estratificação torrencial. Foi nesse drift que os Srs. Agassiz e Coutinho encontraram verdadeiros blocos erráticos de diorito, com um metro de diâmetro, em Ererê. Tal formação nunca é encontrada nas barrancas de algumas centenas de pés de altura. Não há delas traço no cume das colinas de Ererê.

O fato de que a areia grosseira aparece sempre no nível das vazantes, isto é o fato de acompanhar ela o declive geral do vale, mostra, sem contestação, que o depósito desta formação não remonta a uma época anterior à escavação do próprio vale. A espessura total do drift amazônico não excede 300 metros; cobre toda a Bacia do Amazonas, dos Andes do Peru e da Bolívia até o Cabo de São Roque, isto é, é a formação de drift mais colossal que se conhece.

Como se formou esse drift? O Sr. Agassiz não hesita em referi-lo à época glaciária, nas suas duas fases primitivas e última, e só o pode explicar pelo que ele