prova evidente de que sempre o desenvolvimento vai ter a um mesmo fim normal, por mais distanciado que seja o ponto de partida e mais indireta a marcha seguida. O círculo pode bem se ampliar, os limites se tornam tão intransponíveis como se fosse mais estreito. Por simples ou complexos que sejam os processos de desenvolvimento, nunca, com efeito, têm como resultado final outra coisa que não seja um ser idêntico ao primeiro genitor, mesmo no caso em que, para chegar até aí, sejam necessárias certas fases durante as quais o produtor e o produto em nada se pareçam.
E enquanto a atenção dos Srs. está fixada sobre esse ponto, reparem quanto às diferenças específicas, origem de tantas controvérsias, pouco são em confronto com as mudanças que pode sofrer um indivíduo antes de firmar-se numa forma definitiva. Numerosos gêneros contêm espécies extremamente vizinhas em que as diferenças não se podem dizer insignificantes, não fosse a sua invariabilidade, sua imitável persistência através dos séculos. Tais são, por exemplo, os diversos corais encontrados nos alagadiços da Flórida. Viveram e morreram há milhares de anos, e, no entanto, suas diferenças específicas são igualmente as mesmas que as que distinguem os seus sucessores atuais nos modernos recifes da Flórida. A ciência zoológica, toda ela, tal como está hoje constituída, repousa sobre o fato de que essas ligeiras diferenças persistem de geração em geração. Ora, para chegar ao estado adulto, para assumirem esses caracteres permanentes distintivos de sua espécie e que ninguém jamais viu variarem, cada indivíduo daqueles polipeiros coralinos teve que passar, num lapso de tempo relativamente muito curto, por uma transformação extraordinária. Atravessou fases sucessivas onde cada uma difere mais das fases imediatas do que o adulto duma espécie difere do adulto duma espécie vizinha. Em outros termos, esse indivíduo, em épocas diversas de seu desenvolvimento, parece-se menos consigo mesmo do que se parecerá, na idade adulta, com um