da categoria dos professores tranquilos, dos exegetas ortodoxos, dos evangelizadores serenos. O pendor dos problemas políticos estimulara-lhe o gosto das questões do mundo e do tempo, e como que adivinhara o seu destino, anunciando antes dos outros a libertação portuguesa, alistando-se entre os "sebastianistas" saudosos do seu "rei natural", encartando a poesia patriótica de Camões entre os textos das Escrituras, "vaticinando", predizendo, prometendo...
Foi quando Mauricio de Nassau assaltou a Bahia com poderosa frota.
Por toda parte, a monarquia dos Austrias, de Carlo V e Felipe II, se desmembrava. Era dos holandeses a hora. Na Europa preponderavam os seus capitais, no oceano os seus navios, nos climas tropicais as suas expedições; e até um príncipe — o nobre primo do "stathouter" — chegara para consolidar, unificar, expandir as possessões conquistadas no Brasil. Que um fraco rei faz fraca a forte gente... Pior andava Portugal sem rei próprio. O conde-duque de Olivares não prevenia a inquietação catalã, não desarmara o ódio de Richelieu, não apaziguara as Províncias Unidas, confiara em vão na estrela do Sacro Império em guerra com a Reforma tedesca, e sem contentar os portugueses, não pudera impedir que a marinha espanhola, decadente e dispersa, aos poucos desaparecesse do Atlântico... Reinava Felipe IV, o Grande. Assim o cognominara, antes que os fatos o justificassem, o ministro-valido. Alguém diria, — pois o infeliz Felipe foi o monarca a quem mais domínios tiraram, nas suas desastradas