Por Brasil e Portugal

não mostrásseis agrado. Finalmente passados mais de 1.700 anos, a mesma Escritura, que tinha calado aquele mistério, nos declarou, que vós estáveis arrependido de ter criado o homem: Paenituit eum quôd hominem fecisset in terra: (Ibid. VI — 6) e que vós mesmos dissestes que vos pesava: Paenitet me facisse eos: (Ibid. — 7) e então ficou patente e manifesto a todos o segredo que tantos tempos tínheis ocultado. E vós Senhor, dizeis que vos pesa, e que estais arrependido de ter criado o homem; pois essa é a causa por que logo desde o princípio de sua criação vos não agradastes dele, nem quisestes que se dissesse que vos parecera bem; julgando, como era razão, por coisa muito alheia de vossa sabedoria e providência, que em nenhum tempo vos agradasse, nem parecesse bem aquilo de que depois vos havíeis de arrepender, e ter pesar de ter feito; Paenitet me fecisse. Sendo pois esta a condição verdadeiramente divina, e a altíssima razão de estado de vossa providência, não haver jamais agrado do que há de haver arrependimento; e sendo também certo nas piedosíssimas entranhas de vossa misericórdia, que se permitirdes agora as lástimas, as misérias, os estragos que tenho representado, é força que vos há de pesar depois, e vos haveis de arrepender; arrependei-vos, misericordioso Deus, enquanto estamos em tempo, ponde em nós os olhos de vossa piedade, ide à mão a vossa irritada justiça, quebre vosso amor as setas de vossa ira, e não permitais tantos danos, e tão irreparáveis. Isto é, o que vos pedem tantas vezes prostradas diante de vosso divino acatamento estas almas tão fielmente católicas em nome seu, e de todas as deste estado. E não vos fazem esta humilde deprecação pelas perdas temporais, de que cedem, e as podeis executar neles por outras vias; mas pela perda espiritual eterna de tantas almas, pelas injúrias de vossos