templos e altares, pela exterminação do sacrosanto sacrifício de vosso corpo e sangue, e pela ausência insofrível, pela ausência e saudades desse Santíssimo Sacramento, que não sabemos quanto tempo teremos presente.
V
Chegado a este ponto, de que não sei, nem se pode passar, parece-me que nos está dizendo vossa divina e humana bondade, Senhor, que o fizéreis assim facilmente, e vos deixaríeis persuadir, e convencer destas nossas razões, senão que está clamando por outra parte vossa divina justiça; e como sois igualmente justo e misericordioso, que não podeis deixar de castigar, sendo os pecados do Brasil tantos e tão grandes. Confesso, Deus meu, que assim é, e todos confessamos que somos grandíssimos pecadores. Mas tão longe estou de me aquietar com esta resposta, que antes esses mesmos pecados muitos e grandes, são um novo e poderoso motivo dado por vós mesmos para mais convencer vossa bondade.
A maior força dos meus argumentos não consistiu em outro fundamento até agora, que no crédito, na honra, e na glória de vosso santíssimo nome: Propter nomen tuum. E que motivo posso eu oferecer mais glorioso ao mesmo nome, que serem muitos e grandes os nossos pecados? Propter nomen tuum, Domine, propitiaberis peccato meo: multum est enim. (Psal. XXIV 11). Por amor de vosso nome, Senhor, estou certo (dizia David) que me haveis de perdoar meus pecados, porque não são quaisquer pecados, senão muitos e grandes: Multum esi enim. Oh, motivo digno só do peito de Deus! Oh, consequência que só na suma bondade pode ser forçosa? De maneira que para lhe serem perdoados seus pecados alegou um pecador a Deus, que são muitos e