Por Brasil e Portugal

toda a esperança do mundo e de tempo, fizestes que se derrotasse a nossa armada, a maior que nunca passou a Equinocial. Pudestes, Senhor, derrotá-la; e que grande glória foi de vossa onipotência, poder o que pode o vento? Contra folium, quod vento rapitur, ostendis potentiam. (Ibid. XIII 25). Desplantar uma nação, como nos ides desplantando, e plantar outra, também é poder que vós cometestes a um homenzinho de Anathoth: Ecce constitui te super gentes, et super regna, ut evellas, a destruas, et disperdas, et dissipes, et aedifices, et plantes. (Jerem. I — 10). O em que se manifesta a majestade, a grandeza e a glória de vossa infinita onipotência, em perdoar e usar de misericórdia: Qui omnipotentiam tuam, parcendo maxime, et miserando, manifestas. Em castigar, vencei-nos a nós que somos criaturas fracas; mas em perdoar, vencei-vos a vós mesmo que sois todo poderoso e infinito. Só esta vitória é digna de vós, porque só vossa justiça pode pelejar com armas iguais contra vossa misericórdia; e sendo infinito o vencido, infinita fica a glória do vencedor. Perdoai pois, benigníssimo Senhor, por esta grande glória vossa: Propter magnam gloriam tuam; perdoai por esta glória imensa de vosso santíssimo nome: Propter nomem tuum.

E se acaso ainda reclama vossa divina justiça, por certo não já misericordioso, senão justíssimo Deus, que também a mesma justiça se pudera dar por satisfeita com os rigores e castigos de tantos anos. Não sois vós enquanto justo, aquele justo juiz de quem canta o vosso profeta: Deus Judex justus, fortis, et patiens, nunquid irascitur per singulos dies? (Psalm. VII — 12). Pois se a vossa ira, ainda como de justo juiz, não é de todos os dias nem de muitos, por que se não dará por satisfeita com rigores de anos e tantos anos? Sei eu, legislador