Por Brasil e Portugal

o venerável Beda,(141)Nota do Autor e é o que sucedeu no nosso caso. Pediram os do Espírito Santo que os socorrêssemos com armas e munições; partiu um grande socorro no mesmo dia,(142)Nota do Autor e contudo duvidavam os prudentes que se poderia defender aquela praça e tão desigual poder, e, na opinião de muitos, já estava tomada. Ah, sim, diz Deus, pois dê-se a batalha no Espírito Santo, antes de chegar o socorro da Bahia; e de duas espadas que podiam assistir à defesa, peleje só a de dentro, e que fique a de fora embainhada, para que os mesmos desmaios da prudência humana confessem que se deve a glória ao braço divino.

É verdade que não chegar o nosso socorro teve razão natural; mas debaixo dessa havia outro superior e divino, que foi mostrar Deus que era a vitória sua. Vede-o em David. Quando el-rei Saul deu as suas armas a David, para que fosse pelejar com o gigante, bem sabeis que não as quis levar ao desafio o alentado pastor: Deposuit ao.(143)Nota do Autor Pois porque razão, saibamos agora, porque não quis sair à guerra David com as armas d'el-rei? Era melhor entrar naquela batalha vestido de uma samarra pastoril contra um gigante armado e coberto de ferro? A razão natural desta resolução foi a que deu o mesmo David: Non habeo usum. Que não tinha uso daquelas armas, e assim que se não achava bem com elas. Porém debaixo desta razão natural havia outra divina e misteriosa, diz São Chrisóstomo: Ut virtus Dei apertê montraretur, et non armis, quae fiebant mira, adscriberentur.(144)Nota do Autor Para que a portentosa vitória se