Por Brasil e Portugal

nos não acometeu nas nossas praças, e espera que nós o busquemos nas suas; razão temos e bom anúncio de o fazer e entrar confiadamente, porque isto é sinal que Deus os quer entregar nas nossas mãos: Ascendamos, quia Dominus traddit eos in manibus nostris: hoc nobis signum.

VI

Pois se Portugal, (torne agora a nossa dúvida) se Portugal nesta ocasião tem tantas e tão bem fundadas razões para confiar no poder do exército, no valor dos soldados, na nobreza e obrigações dos que o seguem, na assistência do rei, na justiça da causa, e ainda nas mesmas ações contrárias e nossas; como se representa a nossa Judith, diante de Deus com tantas desconfianças humanas, como as que pudera ter no caso do maior desamparo e da maior miséria: Exaudi me miseram deprecantem, et tua misericordia praesumentem? Oh, prudente oração! Até agora vos falei senhores, como a portugueses, agora e daqui por diante, como a cristãos. Em todas as razões que tenho dito, tiradas pela maior parte da vossa boca, posto que a tenhais por verdadeiras, nenhum fundamento havemos de fazer senão confiar somente da misericórdia de Deus: De tua misericordia praesementem, porque esses aparatos, esses exércitos, essas forças humanas sem a misericórdia divina são misérias: Exaudi me miseram deprecantem.

David, aquele rei que de ambas as fortunas da guerra deixou ao mundo os maiores exemplos, estava em uma ocasião de batalha com exército superior em tudo ao de seus inimigos, e prostrado diante de Deus, fez esta oração: Domine Deus meus, in te speravit, salvum me fac ex omnibus