História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

com que esta gente, em todas as ocasiões, costumava fazer valer a sua vontade, induziram o governo brasileiro a recrutar alemães, dos quais, com razão e perspicácia política, esperava mais submissão e obediência.

Os alemães podem, porém, não ter sido no Brasil o mesmo que eram na sua frígida pátria pois, não raro, cometiam tão graves excessos que D. Pedro se viu impelido a mandar alistar três mil irlandeses, dos quais esperava mais católico servilismo. O coronel Cotter que, pelo menos quanto à falta de consciência, não ficava atrás do major Schäeffer, teve a incumbência de ir angariar, na sua pátria remota, esta gente para a coroa do Brasil. No que respeita ao número dos indivíduos, o coronel desempenhou a sua missão exata e pontualmente; mas, ligara pouca importância à índole da gente que, por ordem do imperador, devia transportar da pantanosa Hibernia aos campos magníficos do Brasil. Quem conhece a Irlanda e os seus habitantes compreenderá, facilmente, que esses engajados não haviam de tolerar, por muito tempo, o severo jugo a que iam ser submetidos numa terra estranha; sobretudo quando não lhes concediam nem metade das vantagens prometidas na sua pátria. Recusaram-se, por isso, a servir no exército, declarando terem sido alistados como colonos e não como soldados, e ameaçando, caso usassem contra eles de violência, a resistirem vigorosamente. Os oficiais que