História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

Cotter, conforme os plenos poderes que lhe tinham sido conferidos, já trazia nomeados da Irlanda, assemelhavam-se aos soldados e excitavam-nos continuamente à revolta, principalmente porque, desde o começo, viram nos alemães temerosos rivais e, talvez, pretendessem, destarte, afastá-los.

Sir Robert Gordon, então enviado da Inglaterra junto à corte do Rio de Janeiro, favoreceu os seus semicompatriotas com vigoroso apoio, e declarou abertamente ao governo brasileiro que estas gentes, livres súditos de S. M. Britânica, não podiam ser compelidas ao serviço das armas, porquanto jamais haviam anuído aos pretensos contratos do coronel Cotter. Procurou-se então persuadir, com complascência, os irlandeses a pegarem em armas, prometendo-lhes o soldo diário de um shilling inglês, razões dobradas e isenção de castigos corporais, à vista do que se alistaram cerca de quatrocentos homens; os demais, porém, não se deixaram seduzir e, de quando em vez, só procuravam os seus patrícios fardados para os apupar e debicar, ou deles obter um copo de aguardente. Os irlandeses, assim alistados, foram, impensadamente, incorporados ao terceiro batalhão alemão de granadeiros, então muito desfalcado e aquartelado, às ordens do coronel Cotter, no Campo da Honra. Assim exercia o comando do batalhão um irlandês que, naturalmente, dava por todos os modos preferência aos