História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

Mas, apenas ali chegado, começaram os soldados a arrombar as portas e, com muita dificuldade, logrou ele ganhar, por uma janela, o jardim para dali prosseguir com a fuga. Em meio de gritos de "Morra o cachorro português! Mata o canalha!" foi arrombada a porta principal da casa, e toda a massa amotinada penetrou no quarto do major que, por felicidade, já não estava mais ali. Para saciar, ao menos em parte, a sua fúria vingativa, os revoltosos demoliram sem piedade a casa; entre berros ruidosos, fizeram em mil pedaços todos os móveis e a própria criação que havia no quintal teve de pagar com a vida a iniquidade do seu dono; à ponta de espadas, os soldados irados impeliram ao mar o cavalo do major. Assim, subitamente, sem nenhuma prévia combinação geral, foi dado o sinal para a rebelião. Depois de completamente destruída a magnífica residência do major Drago, o segundo batalhão de granadeiros avançou contra o palácio imperial de São Cristovão e exigiu, em tom imperativo, que D. Pedro fizesse castigar severamente o major, lhes mandasse dar uma capitulação escrita de só servirem três anos, abolisse os castigos corporais e lhes desse soldo e tratamento igual ao dos irlandeses.

A princípio, o imperador nada quis ceder e censurou aos amotinados a sua conduta, com palavras ásperas e coléricas; mas, o amor e a veneração que os militares alemães tinham outrora