História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

com violência não menor. Mas, como os irlandeses, apesar da sua habilidade lapidatória, percebessem a inferioridade em que se achavam ante o número dos adversários, voltaram ao quartel, pegaram das espingardas e abriram, juntamente com os alemães, aos quais dantes não consideravam como amigos, um fogo mortífero contra os brasileiros. O efeito das armas bem apontadas não se fez esperar; o bando apavorado dispersou-se em todas as direções e procurou salvar-se, em desordenada fuga, nas ruas vizinhas. Mas, também ali prosseguiu a sede de sangue das tropas estrangeiras, a lembrança dos compatriotas traiçoeiramente assassinados pelos brasileiros inflamou tanto os alemães como os irlandeses, a um tal extremo de furor que, sem piedade, trucidavam a quantos nacionais podiam apanhar. Nenhum grito de "Vivam os estrangeiros!" evitava a morte e, neste dia, nem a própria criancinha de berço teve a vida garantida. Alguns dos mais temerários, armados de pistolas, facas, espadas e punhais, e vestidos quase à moda dos bandidos italianos, aventuraram-se até às ruas mais populares da capital, para massacrar o primeiro brasileiro que topassem em caminho. Varios oficiais, com especialidade um capitão e o ajudante do 2° batalhão de granadeiros, foram agredidos pela corja desvairada e, sobretudo o primeiro, cruelmente maltratados.