História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

Só então compreendeu o governo ser chegado o momento de recorrer a providências enérgicas, para evitar uma verdadeira luta partidária, que seria a consequência fatal destes acontecimentos, e para garantir os habitantes da cidade ameaçados de violências ainda maiores. Entretanto, procedeu-se ainda contra os rebeldes com muita complacência, pois tudo o que se fez foi mandar-lhes vários oficiais, como parlamentários, para acomodar a situação de modo pacífico. Mas, em regra, respondiam-lhes com pedradas e tiros e os emissários retrocediam, ordinariamente, gratos por trazerem salvas as vidas. O próprio conde de Rio Pardo, então ajudante general do imperador e inspetor de todas as tropas estrangeiras, foi vaiado e insultado, vendo-se forçado, para escapar à sanha dos irlandeses, a fugir apressadamente. Enfim, tomaram-se medidas para eficaz resistência; mas, os batalhões estrangeiros, de posse de abundantes munições e suficientemente abastecidos de víveres e de bebidas, temeram tão pouco os fracos batalhões de infantaria apostados para lhes impedir as comunicações entre São Cristovão, o Campo de Santana e a Praia Vermelha que, ainda na manhã deste terceiro dia, mantinham contínuo e violento fogo de artilharia. Sobretudo, em frente ao quartel do 3° batalhão de granadeiros, no atual Campo da Honra, o combate foi travado com um furor e um ódio tal que não podia ocultar as manifestações do rancor