mercantes, ou de transporte, tremiam ao simples som do nome do almirante inimigo, e até acontecia, não raro, que avultadas somas de dinheiro, em moeda sonante, enviadas para pagamento do soldo das tropas da guarnição de Montevidéu, caíssem em mãos dos contrários. Vários negociantes, principalmente norte-americanos, que conheciam assaz a inócua ação da marinha brasileira, lançaram, então, muito solertemente as suas vistas sobre a próxima guerra naval; e, prevendo que no caso dum feliz desfecho teriam muito a ganhar da especulação, obtiveram, por bom preço, cartas de corso de Buenos Aires, aprestaram navios e, em breve, tornaram-se mais prejudiciais ao comércio do império do que toda a frota da república inimiga.
Por este modo, achou-se a Argentina na situação de prosseguir impunemente com a luta que, pelo menos, no mar, era desigual. Ao mesmo tempo, o almirante argentino Brown apoiava de modo muito mais eficaz os planos de operações do general Lavalleja, no Rio Grande, de que era o caso por parte do almirante brasileiro Pinto Guedes. Este último, um ancião valetudinário, sobremodo intimidado pelo êxito frequente das proezas de Brown, parecia mais proprenso a evitar um encontro com o inimigo do que provocá-lo. Aliás, a expedição, completamente malograda, enviada em 1826, às suas ordens contra Martins Garcia, no Rio da Prata, o ensinara suficientemente