História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

quanto era difícil navegar com grandes embarcações, dirigidas por oficiais muito ignorantes, em águas das quais se não possuía exato conhecimento. Assim foi que, no Canal do Inferno, se perderam vários navios brasileiros enviados à procura dos cruzadores inimigos, em parte devido à pusilanimidade e em parte à ignorância dos respectivos comandantes, sendo que alguns cedo encalharam nos bancos de areia ali muito frequentes; os demais, porém, amedrontados com o violento fogo que lhes faziam as pequenas canhoneiras de Buenos Aires, logo puseram-se em fuga. Algumas outras tentativas feitas contra as colônias argentinas na Patagônia não foram mais felizes, e não se conseguiu sequer, pregando para isto toda a frota brasileira, impedir as comunicações entre a Cisplatina e Buenos Aires, o que, entretanto, teria sido fácil, dada uma guerra regularmente dirigida e um zelo leal pelo serviço por parte dos oficiais e marinheiros da esquadra imperial.

Aproveitando-se da inatividade do almirante brasileiro, os corsários privilegiados não tardaram em exercer francamente a pirataria, e não raro desapareciam navios que, segundo todas as probabilidades, não podiam ter naufragado, e dos quais, entretanto, nunca mais houve notícia. Os negociantes dos principais centros comerciais, como Rio de Janeiro. Bahia e Pernambuco não ousavam mais enviar as suas embarcações para