História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

de concentrar os batalhões estrangeiros na capital, na aflição de sua alma, pegou subitamente da pena e pensou realizar uma obra prima política, escrevendo a palavra Imperador no decreto de dissolução das tropas estrangeiras.

Por esta forma são cumpridas no Brasil as promessas, os contratos escritos, assinados pelo imperador e por doze ou quinze dos primeiros funcionários do país; como, por exemplo, é o caso com a minha patente de oficial, na qual, além do mais, se lê: "O tenente Carlos Frederico Gustavo Seidler gozará, por minha imperial ordem, todas as prerrogativas, honras, privilégios, liberdades e vantagens que lhe são garantidas pelo seu posto e posição." Por sua vez, certo artigo da constituição reza: "Nenhum oficial poderá ser excluído do exército sem que tenha cometido delito grave e sido submetido a conselho de guerra, exceto se ele próprio requerer a sua exclusão."

Isto era, pois, suficientemente, claro e compreensivo; às prerrogativas aludidas pertencia a conferida pelo citado artigo da constituição. Como poder, então, demitir mais de cem oficiais de postos superiores, entre os quais vários de estado maior e até um marechal de campo (Braun), sem ao menos lhes dizer o porque de suas demissões? Mas, isto sucedia no Brasil, nesta terra em que as concepções de lealdade e de fé quando muito são conhecidas pelos dicionários