mas, cujo verdadeiro sentido, na prática da vida, não se compreende, ou não se quer compreender. Em resumo, a câmara dos deputados tinha feito prevalecer a sua vontade, D. Pedro havia posto a sua assinatura no fatídico documento, e a questão agora era achar o meio, tão seguro quão silencioso possível, de retirar as armas das mãos desse pequeno bando de indivíduos empreendedores e exasperados. Não se ousava proceder abertamente e anunciar, sem mais preâmbulos, às tropas estrangeiras o seu licenciamento; pretendia-se, por caminhos indiretos enfraquecê-las, gradualmente, para depois surpreendê-las de repente; isto é mais uma prova do quanto se temia àquele punhado de gente, e de como se reconhecia tacitamente que se cometia uma indignidade violando, sem mais consideração, sem causa e sem piedade, promessas escritas e timbradas com as armas imperiais.
Mas, já bem cedo, logo a 5 de abril de 1831, teve o imperador de se arrepender de haver cuidado mais da sua bolsa do que do governo, pois, já naquele dia, os bandos de populacho que tumultuavam nas ruas, mostraram com sobeja clareza, por palavras e atos, que os brasileiros não tinham pretendido apenas conseguir a dissolução das tropas estrangeiras, e sim aspiravam à mudança completa do sistema de governo, para o que urgia remeter, quanto antes D. Pedro para a Europa, após os seus já condenados adeptos.