História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

ameaças bem intencionadas. D. Pedro II foi proclamado imperador constitucional do Brasil em meio das maiores demonstrações de alegria, sendo instituída uma regência de três membros, um dos quais era o astuto Lima, para dirigir os destinos da nação durante a menoridade do soberano. Para tutor do mesmo, D. Pedro havia nomeado, antes da sua partida, ao Sr. José Bonifácio de Andrada, venerado ancião e diplomata idôneo, que tendo percorrido a maior parte dos países europeus, estava assaz familiarizado com a direção dos negócios nos nossos gabinetes. O motivo pelo qual o imperador confiou a educação dos seus filhos justamente a este homem, pareceu enigmático porque José Bonifacio pouco antes perdera o seu favor; mas D. Pedro, certamente reconheceu que, mau grado as suas opiniões contrárias, não poderia encontrar em todo o Brasil uma só pessoa mais digna da delicada missão para a qual o escolheu.

Fogos de vista, iluminação, enfim festejos de toda a casta, transformaram então o firmamento sombrio e prenhe de tempestades no mais puro azul etéreo; os brasileiros sonhavam com um futuro de venturas, que supunham próximo, mas do qual ainda estavam muito distantes. O estourar dos foguetes e o amplo reboar das salvas de artilharia atraía novamente o povo disperso para o Campo de Sanatana, cujo nome a canalha do Rio de Janeiro transformou no de Campo da Honra.