Ébrios de triunfo e cambaleando de alegria, bem como exaltados pelas bebidas alcoólicas a transitória loucura, contavam ali uns aos outros, do heroísmo brasileiro, do amor à liberdade e do "espírito nacional que se erguia até às estrelas." Na sua opinião não havia, no mundo inteiro, um povo maior nem mais poderoso, e cada mulato esfarrapado considerava-se um príncipe porque, no seu bestunto, a afirmativa orgulhosa de: "Eu sou brasileiro verdadeiro," o nobilitava. Mas, infelizmente, não houve distribuição de diplomas de patriotismo; incidentes isolados logo amarguraram o ruidoso júbilo e lançaram um manto sombrio de luto sobre a geral festividade.
Cenas de sangue, provocadas pelos portugueses, que ainda aderiam ao partido do seu imperial compatriota, e promovidas com violência e em quantidade, derramaram gotas de fel na taça da alegria. Antigas discórdias pessoais eram agora filiadas à causa da pátria — grande manto carbonário que servia para ocultar a sede de vingança, a cobiça de dinheiro, e também o ciúme e a inveja.
As desordens começaram na Ilha das Cobras. Um oficial, que havia muito tempo ali estava preso, sob o pretexto de ser partidário apaixonado do imperador destronado, estava um dia sentado diante da mísera cozinha que lhe servia de prisão, meditando sobre a sua imerecida sorte e triste situação. Nisto subiu inesperadamente a