alviçareiras dum futuro melhor. Foi quando faleceu, repentinamente, a imperatriz Leopoldina da Áustria, senhora altamente estimada e venerada, quase que com idolatria, por todos os brasileiros e, com incrível rapidez, espalharam-se por todo o império terríveis boatos sobre o modo e a causa de sua morte súbita. Este foi o primeiro prego para o esquife do autocrata, o primeiro choque violento para a sua inevitável queda.
No Rio Grande, recebeu D. Pedro a notícia do inesperado traspasse da esposa. Realmente foi surpreendido, ou seria o seu heroísmo simples afetação, temor e remorso? Não creio que se aventurasse a tanto, pois era sempre um escravo cego de suas paixões. Sei que, ao ter a triste nova, tremeu e arrancou desesperadamente os cabelos, e D. Pedro era sempre, nos seus afetos um mau comediante. Tremeu de arrependimento e de medo de perder o trono e a vida; conheceu a crise e teve de conjurá-la quanto possível. Entregou ao Barbacena, estadista idôneo, mas guerreiro inexperiente, o comando do exército em campanha, e embarcou, na fragata Isabel, para a sua capital, sem nada ter feito. Leopoldina da Áustria falecera, como já disse, repentinamente. Com a sua morte sofreu a nação uma perda inestimável; de milhões de bocas surgiram milhares de suposições que se excediam umas às outras em exagero, insensatez e perversidade, mas que deviam ter