uma causa qualquer. Afirmavam que D. Pedro, antes de partir do Rio, dera ordem para que, na sua ausência, a imperatriz fosse envenenada; produziu-se uma extraordinária agitação; todos os negócios pararam, e uma revolução geral, que primeiro coleava como verme na poeira, ergueu aos poucos a sua cabeça de hidra. Os inimigos do imperador aproveitaram-se avidamente da oportunidade para realizar os seus projetos particulares e tornar o monarca cada vez mais odiado do povo; ousaram até nomear o médico que teria figurado como algoz secreto nesta cena de horror. Infelizmente, este mesmo indivíduo foi, poucos dias após, nomeado enviado extraordinário junto à corte da França, e a suspeita geral logrou novo e seguro apoio neste ato imperdoável.
Segundo um outro boato, talvez mais fundado, D. Pedro teria, num accesso de cólera, maltratado a esposa, então no último período de gravidez, e até a pisado a pés, o que fora a causa de sua morte. Mas, fosse como fosse, neste processo não podia comparecer testemunha alguma e nenhuma merecer crédito. Da coroa do Brasil caíra a mais formosa gema; o rubim ausente, quando muito, poderia ser substituído por uma granada. Entretanto, rezava o boletim: S. M. a imperatriz Leopoldina do Brasil fora subitamente vitimada por uma febre biliosa, em consequência dum parto prematuro". Nas derradeiras horas de