magnífico palácio, em frente ao de sua residência em São Cristovão. Uma filha nascida desta ligação imoral foi feita por D. Pedro duquesa de Goiás, e obrigou as princesas oriundas do seu legítimo consórcio a conviver fraternalmente com ela. Aquelas visitas que segundo a descrição do loquaz Sr. von Mansfeld, o imperador, somente por amor aos seus súditos, costumava fazer a modestas famílias de classe mediana, tinham mui diverso intuito. Eis uma prova.
Certo dia, D. Pedro avistou, à janela de sua residência, uma formosa rapariga, que até então gozara de boa nomeada. Sem mais formalidades parou o cavalo à porta da casa, apeou-se e exigiu dos pais da moça que o deixassem a sós com ela. Como já se tivesse dado a conhecer, com arrogantes palavras, aqueles retiraram-se timidamente, quando o imperador convidou a rapariga, talvez ainda então inocente, a ceder aos seus desejos.
A miseranda criatura não ousou contrariá-lo; o inesperado da proposta a tinha surpreendido por tal forma que perdera toda a calma e, talvez, também esperasse uma brilhante recompensa. Depois de haver o imperador suficientemente abusado da fraqueza da infeliz rapariga, perguntou-lhe a vítima, na esperança de, com a desonra sofrida, ter merecido, pelo menos, um título ou avultada quantia: "Majestade, que fico eu sendo agora?" — "Uma p...! respondeu o