Três dias depois acharam o seu casco boiando com a quilha para cima. Na esperança de ainda o poderem salvar, alguns pescadores que tinham descoberto o destroço, arrombaram o costado e viram, com espanto, que no estreito recinto da câmara jaziam, deitadas umas sobre as outras, mais de trinta pessoas desfalecidas ou mortas. Invidaram os melhores esforços para reanimar os infelizes náufragos; sem demora, conduziram-nos à terra, mas apenas três deles despertaram para uma vigorosa existência; as demais ou já haviam perecido antes sufocados ou finaram-se no hospital da cidade. Horrível deve ter sido a situação dessa gente no primeiro dia da catástrofe, enquanto ainda tinham ar bastante no estreito recinto para, por sua falta, não perderem os sentidos; nos dois dias seguintes, segundo declararam os sobreviventes, nada mais sentiram porquanto, perdida a consciência, jaziam em profundo letargo.
Havíamos, pois, terminado, felizmente, a nossa viagem; aos nossos olhos Serrito dilatava-se sobre a margem esplêndida do Jaguarão e, justamente, em frente à cidade estava situada a bela província Cisplatina, por cuja posse íamos de novo tentar a sorte das armas.