negra ao lado de brancos! Era um fato sem exemplo nas tradições coloniais. Houve protestos contra a monstruosidade e o negociante censurou vivamente o comandante a esse respeito.
Fruchot, interessado no debate, tomou o partido da passageira bronzeada.
O negociante, indignado com a afronta feita aos senhores brancos, não guardou reservas e aplicou à negra o epíteto esmagador de cachorra.
Era o mesmo que jogar pedras.
Fruchot levantou-se com intenção de punir o insultante. A negra, que até então não abrira a boca, fez um sinal ao meu amigo. Depois dirigiu-se ao negociante, proferindo as palavras que já repeti.
O capitão não podia esconder o seu embaraço. A preta encaminhou-se então gravemente para o negociante de carne seca, que a esperou de pé firme. Era um homem de pequena estatura, magro, seco, mas, como todos os colonos, enfatuados da superioridade que lhe dava, sobre as pessoas de cor, a brancura da pele.
A negra avançou para ele com intenções inequívocas. O português atirou-lhe um olhar desdenhoso, que não produziu efeito.
— Vá aprender a viver com os porcos! Berrou ela.
E agarrando o português, levantou-o, apesar de seus gritos, até a balaustrada.