Mulheres e Costumes do Brasil

Nada faltava ao sucesso da negra. O português tomou lugar à mesa, e a partir desse momento não teve senão atenções para com a valorosa senhora.

Fruchot forneceu-me todos esses detalhes no primeiro dia em que a minha saúde permitiu tomar ar no tombadilho.

A um sinal seu, Manuela aproximou-se.

— Apresento-te, disse ele, a minha duquesa bronzeada, d. Manuela do Bom Jesus.

Bastou-me contemplar um pouco a negra para me lembrar, como havia predito o corretor, das endechas de Camões.

— É a bela Barbara, a escrava querida do poeta, respondi-lhe.

E, sem me conter, em presença da soberba cabeça de Manuela, pus-me a recordar as primeiras estâncias da emocionante elegia:

"Esta cativa que me tem cativo, pois que nela vivo, não quer mais que eu viva. Nunca vi um ramo, rosa que mais me encantasse; nunca vi flor no campo, nem estrela no céu que pudesse rivalizar com o brilho do objeto dos meus amores. Ela tem, num rosto encantador, olhos doces, negros, lânguidos e, no entanto, assassinos."

— Nela encontro o termo dos meus males, completou o corretor. É a cativa que toe tem cativo, e já que nela vivo, bem preciso viver (2). Minhas desculpas estão nesses versos, continuou ele, se é que o meu afeto precisa de desculpas. Ainda assim, eu não saberia