Manuela segurava então, na mão esquerda, o feixe dos amuletos. Avistando o moço, agitava diante de si aquele arsenal formidável, mas tendo o cuidado prévio de inclinar para o chão a extremidade das figas de madeira e as pontas de cornalina. Segundo as suas ideias supersticiosas, a mina estabelecia assim entre ambos uma corrente de simpatia que forçaria o senhor a se aproximar.
Uma das quitandeiras compreendeu a manobra, seguindo a direção do olhar de Manuela.
— Veja, veja! disse à sua vizinha mais próxima. Manuela está cavando um sulco mágico (4). Ora, apesar de tão engenhosas precauções, apesar da escrupulosa execução dos sinais e das manobras prescritas pela Cabala, o homem seguiu o seu caminho sem ao menos virar a cabeça para o lado de Manuela. Esta suspirou desoladamente e deixou cair os braços, com desânimo, ao longo do corpo. Uma estrepitosa risada arrancou-a dos seus tristes pensamentos. Observou então a expressão triunfal dos olhos das outras quitandeiras. Suas irmãs de escravidão zombavam de seu desapontamento. Bem longe de compartilhar de seu desespero, aproveitavam-no para dar a goela.
Infelizmente é essa a regra.
E as apóstrofes maliciosas, e as pilhérias cruéis cruzavam-se no ar.
— Ah! Meu Deus! Que desgraça! Tanta despesa de vestuário perdida!