Mulheres e Costumes do Brasil

O sr. Madrinhão presidia, cachimbo à boca, ao carregamento do tabuleiro de Manuela, quando três indivíduos apareceram à entrada da propriedade.

Reconhecendo aquele que amava, Manuela foi ao seu encontro.

— Pede ao teu senhor que te venda, disse-lhe Fruchot a meia voz.

Sem esperar outra explicação, a negra dirigiu-se ao amo e fez-lhe o pedido.

— Mas eu não te quero vender, replicou o sr. Madrinhão. Fazes bem o teu serviço. Estou contente contigo. Por que me queres deixar?

Nisto, os três indivíduos aproximaram-se do dono da habitação.

— Senhor, disse Fruchot, a sua negra Manuela deseja ser vendida. Queira fixar o preço da sua liberdade. Aqui estamos para lho pagar.

Tratarei adiante dos três modos de libertação dos negros. Por hoje basta dizer que um senhor não pode, sob nenhum protesto, rejeitar o pedido do escravo que queira ser vendido ou que deseje por si só libertar-se, pagando a importância que o proprietário exija.

O sr. Madrinhão apresentou ainda algumas objeções. Mas o tabelião, que acompanhava Fruchot, e o diretor do teatro lembraram-lhe, muito a propósito, o artigo da lei. Era mister executá-lo. O preço fixado em um conto e 300 mil réis (perto de 4.000 fr.)