insulto mistificado. Assim mesmo, perdi por um instante a paciência.
— Diabos me levem! Gritei, se não achar um meio de...
Não me deixaram acabar a frase.
— Que disse o senhor? Que disse o senhor? Gritaram ao mesmo tempo o negociante e o cabeleireiro, fazendo o sinal da cruz.
— Como? Que disse eu? Que o diabo me leve se...
— Jesus! Basta, senhor! Basta! Tornaram eles,
persignando-se de novo e atirando-me olhares de terror.
O cabeleireiro, que já era agitado, mexia-se para todos os lados, virando-se a cada passo, como se temesse alguma agressão.
— Eles têm medo de ver o diabo que invocaste, disse-me Fruchot em voz baixa.
— Ah! Vocês preferem então que eu diga: que o diabo os leve, se eu não arranjar meios de...
Foi ainda pior. De amarelo que estava o negociante, tornou-se cor de terra.
— Por Deus, senhor! Não fale assim, murmurou. Pelo amor de Deus! Suplico-lhe, repetiu, juntando as mãos.
O cabeleireiro continuava a dar giros grotescos, esperando a cada momento sentir o mau espírito apertar-lhe os rins ou escanchar-se-lhe sobre os ombros.