Por minha parte, proponho-me a dar uma lição ao capitão pela maneira por que faz uso dos lenços. Traduzirei em bom francês, para esse marinheiro econômico, um capítulo da Civilidade pueril e honesta. A mina está carregada. Explodirá em S. Jorge. Prometo-te que o casmurro não se zangará.
Este fato lembra-me outro sempre inspirado pela superstição, isto é, a ignorância, e que me parece explicar suficientemente a pouca pressa que têm os brasileiros em instalar em seu país os caminhos de ferro. Caminhos de ferro? Para quê? Para um povo que entretém relações constantes com o céu? Por Deus, é verdade o que vou contar. Cada casa brasileira possui, não se admirem, um correio que funciona segundo o desejo dos locatários e que liga a terra à morada das almas venturosas.
Não vá imaginar o leitor que é preciso ser médium para manter tal correspondência, nem tampouco que os espíritos sejam ou não os seus estafetas.
Médiuns! Espíritos! Ora essa!
Os senhores, principalmente as senhoras, vão achar coisa melhor. Eis a prova:
Uma noite, entrando em uma das poucas residências que no Brasil acolhem os estrangeiros, fui recebido pela dona da casa com um sorriso aflitivo. Em lugar do execrável cheiro de alfazema queimada que geralmente impregna o ambiente, aspirei primeiro, com surpresa, um perfume composto de mirra e incenso, como o que exalam os templos sagrados.