O mar, entretanto, estava calmo.

"Os Dois Anjos" não era grande veleiro. Mas, que importa? Corria calmamente cinco ou seis milhas por hora, em tempo ordinário, às vezes menos ainda; nunca, porém, excedia essa marcha. No fim de seis dias, dobrávamos o Cabo Frio, atingindo Vitória, a capital do Espírito Santo.

Não falarei aqui do singular encontro que tive nessa cidade, nem da colônia de negros escravos que um capitão marselhês acomodava aos usos provençais, por meio da bouillabaisse (1)

Este curioso episódio de viagem é o assunto de um volume que aparecerá proximamente.

Depois de um descanso de quatro dias, a embarcação pôs-se ao largo.

Apesar de todo o meu interesse em prender a atenção do leitor, não posso, entretanto, descrever uma tempestade que se esqueceu de aparecer, nem os terríveis perigos que deveríamos ter corrido.

Semelhante a uma matrona que vai fazer suas provisões ao mercado, a sumaca "Os Dois Anjos" sulcava calmamente as ondas sem desconfiar da impaciência dos passageiros.

Depois da primeira cena que descrevi, o negociante de carne seca não mais deixou de respeitar a negra, pelo vigor do seu gesto. Cumprimentava-a longamente pela manhã, quando aparecia ao tombadilho, e não desdenhava os cigarros que ela lhe oferecia.