Mulheres e Costumes do Brasil

de Manuela reteve nos lábios do brasileiro a confissão dos seus tormentos. Então, o artista seguiu seu companheiro, mas deixando o coração preso pelos longos e sedosos fios dos cílios da negra mina.

Alguns indivíduos, na maioria escravos, esperavam no cais. Entre os curiosos, notamos um velho que nos olhava fixamente, enquanto o cabeleireiro nos enchia de amabilidades. Essa insistência continuou, mesmo depois da retirada dos passageiros. O velho examinava-nos tão minuciosamente como se fôssemos uns trapaceiros e trouxéssemos conosco mercadorias de contrabando.

— Será, por acaso, que este fidalgo também precise de lenços? Observou o corretor.

Ao pedirmos a um negro que nos conduzisse à residência do sr. Macedo, o ancião aproximou-se, e depois de nos cumprimentar gentilmente despachou o escravo com ar soberbo.

— Meus senhores, disse então, visto chegarem da corte, poderão informar-me se o Pretinho do Japão deu notícias aos Crentes do Brasil?

— O Pretinho! Os Crentes! Repetimos com ingenuidade.

A verdade é que nada compreendíamos. O personagem encarou-nos com olhar desconfiado, como para certificar-se se a nossa inocência era ou não natural.

— Sou o capitão-mor do rei de Santa Leonarda, continuou misteriosamente.